Má formação é comum e ocorre ainda na fase fetal; tratamento não necessita de cirurgia
Um a cada mil recém-nascidos têm o pé torto, por causa da má formação congênita. Ela é caracterizada pela presença dos pés voltados para dentro e precisa ser tratada assim que possível para que o bebê se desenvolva. O ortopedista pediátrico do Hospital Orthomed Center, Celso Eduardo Ribeiro, explicou que o Pé Torto Congênito (PTC) é uma das afecções mais comuns nos consultórios.
Atualmente, o tratamento é feito pelo método “Ponseti”, criado pelo ortopedista espanhol, Ignacio Ponseti, na década de 40 com resultados publicados na década de 60. Porém o método só foi ganhar força em 1990, após a comunidade científica perceber que a técnica tinha resultados muito melhores do que o empregado regularmente.
O tratamento é realizado por meio de manipulações e aparelhos gessados no consultório e/ou pronto atendimento. Os casos, onde o tratamento precisa de cirurgia são pequenos, representam menos de 10 %. O diagnóstico pode ser feito no último trimestre da gestação, por ultrassonografia realizada com profissional experiente. “Não consideramos cirurgia o pequeno procedimento ao final das manipulações gessadas, após três semanas. A tenotomia do tendão de achilles é um procedimento rápido, de dois minutos, e requer uma incisão menor que um centímetro. A técnica pode ser feita em sala cirúrgica, ou mesmo, numa sala preparada sem auxílio do anestesista”, contou.
A causa do problema ainda é desconhecida, contudo, estudos genéticos e observações feitas pelo doutor Ignacio Ponseti, sugerem que a má formação genética ocorre nas primeiras oito semanas de gestação no músculo tibial posterior do feto. “O tratamento médico, com manipulações e aparelhos gessados levam de seis a oito semanas em média. Já o tratamento com a órtese de Dennis-Brown (par de botinhas) deve ser de três meses, com uso contínuo de 23 horas por dia e de 4 anos de uso noturno, de oito a dez horas por dia”, explicou o ortopedista, Celso Eduardo Ribeiro.