Quando as crianças se queixam de uma sensação dolorosa, de forma generalizada, nas pernas, em alguns casos podem ser dores de crescimento.
Geralmente, essa dor não chega a ser de alta intensidade e não causa formigamento ou outros sintomas. Ela tanto pode passar sozinha, como pode ser amenizada com massagem e outras medidas simples.
Mas é importante acompanhar esse tipo de dor, pois se for persistente pode indicar outras condições ortopédicas.
O que são as dores de crescimento e por que ocorrem?
As dores de crescimento são sintomas dolorosos que costumam atingir crianças entre cinco e dez, na região das pernas. Apesar do nome, a associação com crescimento é meramente cultural. Essa dor não decorre do crescimento, mas de outros fatores, como a atividade física praticada no dia.
A dor musculoesquelética inespecífica – termo mais aceito da dor de crescimento – pode atingir até 20% da população infantil. A sensação costuma ser percebida no fim do dia, ao anoitecer.
E por que ela ocorre?
Ainda não está bem elucidado. O que se sabe é que existe forte influência genética e psicológica. Crianças cujos pais tiveram essa dor na infância e/ou apresentem estresse e ansiedade podem relatar essa queixa.
Além disso, pular ou correr muito durante o dia pode desencadear esse sintoma. Outro fator relevante é que as crianças com uma tolerância reduzida à dor podem ter essa condição. Mas as dores de crescimento, no geral, são benignas e se resolvem espontaneamente.
Como diferenciar a dor do crescimento de outras dores?
A dor de crescimento, por si só, não é motivo de preocupação. Inclusive, ela não significa que há lesões no corpo.
Mas caso a dor incomode muito a criança, o importante é levá-la ao médico ortopedista para que ele possa afastar outros diagnósticos, como o de artrite idiopática juvenil.
Conheça as características das dores de crescimento:
- Dura, em média, 40 minutos e não causa sequela nem qualquer outro desconforto depois desse período;
- Afeta as duas pernas, na maioria dos casos;
- Acomete as regiões das coxas, outro dia afeta as canelas ou as panturrilhas, entre outros locais. Portanto, a dor aparece em vários regiões dos membros inferiores;
- Não causa fraqueza muscular nem deformidade ou outro sinal físico;
- Pode ser aliviada ao toque, massagem ou compressa morna;
- Causa sensação de aperto, pontada ou queimação.
Em relação à fase do estirão de crescimento, a dor que pode surgir é diferente, dessa chamada dor de crescimento. Além de ocorrer em outro momento da vida também.
No surto de crescimento, a dor pode atingir os membros superiores e é mais comum em crianças mais velhas, de 8 aos 13 anos. No caso dos meninos, tendem a surgir ainda mais tarde, dos 9 aos 14 anos.
Outra diferença é que as dores decorrentes do crescimento físico não têm forte relação genética ou psicológica, mas ao crescimento real da estrutura óssea da criança.
Como aliviar
Como já mencionamos, existem algumas medidas práticas para amenizar as dores de crescimento. Conhecê-las pode ser útil, principalmente porque as crianças costumam acordar de noite com a dor, que geralmente só passa ao amanhecer.
- Alongue os membros inferiores da criança antes de colocá-la para dormir;
- Eleve o seu membro inferior acima do tronco, com a ajuda de um travesseiro triangular;
- Aplique uma compressa morna nos pontos de dor;
- Faça massagem no local com óleo;
- Busque atendimento médico, caso a dor persista.
Importante ressaltar que não é indicado dar analgésicos para a criança. O uso de fármacos, sem supervisão médica, pode levar à intoxicação. Além disso, dores que persistem pela manhã podem indicar leucemia, artrite, osteomielite e outras doenças que precisam ser diagnosticadas e tratadas por um especialista.
Dessa forma, em alguns casos, as dores de crescimento podem fazer parte da infância. Felizmente elas são benignas e apenas requerem algumas medidas de alívio. Apesar disso, é importante se atentar para os sinais que indicam a avaliação médica, como o relato de dor matinal.
Fonte: NOT Ortopedia