Seu joelho estala? Se sim, saiba que essa é uma situação muito comum, principalmente ao caminhar ou realizar alguma atividade física que envolva os joelhos, como flexão, agachamento ou rotação. No entanto, quando os estalos no joelho vêm acompanhados de outros sintomas como inchaço, dores ou imobilidade, pode significar um problema mais sério e que necessite de tratamento.
Pensando nisso, preparamos este conteúdo com as principais causas, diagnóstico e tratamento relacionados aos estalos no joelho.
Estalos no joelho: por que isso acontece?
Um fator que pode causar os estalos no joelho é uma condição inflamatória denominada sinovite, a qual pode ser causada por doenças reumatológicas ou por sobrecarga por esforço repetitivo ao fazer alguma atividade física sem orientação profissional ou em excesso.
Outros tipos de estalos também podem estar associados a irregularidades na estrutura do joelho, mas nem sempre isso significa que seja algo grave. Portanto, é fundamental ir ao ortopedista e realizar os exames e avaliações necessários quando solicitados pelo médico.
4 causas patológicas de estalos no joelho
1. Síndrome da banda iliotibial
A síndrome da banda iliotibial se caracteriza como uma lesão no trato iliotibial ocasionado por esforço repetitivo. O trato iliotibial é um tecido fibroso localizado na parte lateral da coxa, o qual se estende até a tíbia, que serve como ponto de inserção de importantes músculos do quadril.
Essa lesão costuma causar dores em situações do dia a dia, como levantar a perna, descer escadas e praticar exercícios físicos.
2. Lesões do menisco
O menisco (cada joelho possui dois) é uma cartilagem localizada dentro do joelho que tem como papel principal o amortecimento de cargas, além de ajudar no encaixe do fêmur sobre a tíbia, auxiliando a evitar o contato entre ambos os ossos. A cartilagem também tem como função secundária estabilizar o joelho.
O desgaste natural dessas estruturas conforme envelhecemos, torna-as cada vez mais frágeis e suscetíveis às lesões. É por esse motivo que grande parte dessas lesões do joelho ocorrem a partir dos 40 anos de idade.
Nestes casos, a dor se inicia após um movimento simples, como subir a escada, e se instala causando grande desconforto.
Nos pacientes mais jovens o problema geralmente está associado a lesões traumáticas no joelho, em que o paciente apresenta uma dor súbita após um trauma.
3. Luxação da patela
A luxação da patela é definida pelo deslocamento da rótula (patela) para o lado de fora do joelho.
Mas, você sabe o que é a patela? É um osso com função de ponto de apoio na frente do joelho e que se articula com a tróclea, sulco na parte da frente do fêmur, que contribui para que a patela seja mantida no lugar.
Além da tróclea, um conjunto de músculos, tendões e ligamentos também contribuem para a estabilização da patela.
Para a patela deslocar, é preciso que se tenha uma anatomia que favoreça isso, ou seja, nem todas as pessoas estão sujeitas a ter o problema. No entanto, isso não significa que as pessoas que possuem os fatores predisponentes necessariamente terão ou vice-versa.
Há casos em que o paciente sente o osso da frente do joelho sair e voltar imediatamente para sua posição. A região fica inchada e colorida. Em outras situações dessa lesão no joelho, o osso sai do lugar mas fica preso na posição deslocada. Quando isso ocorre, o ortopedista colocará a patela de volta ao lugar.
4. Ligamento Cruzado Anterior
A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) é uma das principais lesões no joelho e a primeira causa de recomendação cirúrgica entre atletas.
Mas, isso não quer dizer que a LCA é um problema exclusivo dos atletas, eventualmente a condição pode acometer não praticantes de esportes em situações comuns do cotidiano, como em uma queda ou um tropeço.
Normalmente, a LCA ocorre devido a movimentos torcionais, quando a pessoa apoia o pé no chão enquanto o corpo faz um movimento súbito de mudança de direção. Ou seja, o pé fica preso no solo e o corpo gira sobre o joelho.
Esse movimento errado pode acontecer em uma aterrissagem de salto mal realizada ou após ser desestabilizado por outro atleta, como no basquete ou futebol, por exemplo.
Existem alguns fatores que limitam a capacidade de recuperar o equilíbrio e que podem deixar o atleta mais vulnerável a movimentos torcionais do joelho, tais como: desequilíbrio e fraqueza muscular, padrão de movimento ruim, fadiga excessiva e aderência excessiva entre o calçado esportivo e a superfície.
Quando devo me preocupar com os estalos no joelho?
Quando acompanhado de dores, limitação de movimentos e inchaço, é importante ligar o alerta e marcar uma consulta com o ortopedista para investigar as causas e iniciar o tratamento.
Diagnóstico e tratamento
Na consulta o médico poderá realizar exames físicos para uma avaliação biomecânica completa dos sons das articulações ao movimentar o joelho. Além disso, é avaliado a estabilidade do movimento e sua movimentação, se há inchaços na região e a temperatura e os pontos em que a região está sendo atingida.
Para confirmar o diagnóstico, são indicados pelo ortopedista exames de imagem, como raio-x, ultrassonografia e ressonância magnética.
Em alguns casos, os pacientes precisam de uma reabilitação visando o fortalecimento muscular e treinamento de equilíbrio.
Na fase de dores agudas, podem ser necessários medicamentos anti-inflamatórios. Em casos mais severos e raros pode ser necessário cirurgia. Assim, o tratamento irá variar conforme a necessidade de cada paciente.
Alguns cuidados importantes
Há algumas orientações que podem auxiliar com os estalos frequentes no joelho. São eles:
- reduzir a intensidade do treino (sob orientação profissional e médica);
- nunca treine sozinho. Conte sempre com a orientação de um profissional de educação física ou fisioterapeuta;
- monitore o seu peso. A obesidade pode provocar sobrecarga nas articulações e levar a diversos problemas no joelho.
Ao perceber qualquer sinal ou incômodo associado à estalos no joelho, busque ajuda médica de um ortopedista para que ele possa orientar o diagnóstico e tratamento mais adequado conforme o seu caso.
Fonte: NOT Ortopedia