Por Dr. Raphael Almeida Carvalho
CONHEÇA A DOENÇA DA LADY GAGA E MILHARES DE MULHERES PELO MUNDO
A fibromialgia (FM) atinge de 2 a 10% da população mundial, ou seja , de cada 100 pessoas 2 a 10 terão esse diagnóstico, sendo predominante entre mulheres jovens e de meia idade (20 a 50), em uma proporção de 8 mulheres para cada homem. Estes são os dados que temos, mas pode acometer pessoas de qualquer idade ou sexo.
Recentemente, devido à fibromialgia, a cantora pop americana, Lady Gaga, foi obrigada a cancelar sua vinda ao Brasil para participar do Rock in Rio, colocando a síndrome em destaque, com muitos fãs e membros do público querendo saber o que exatamente é a fibromialgia. A cantora corre risco de vida? Tem cura?
O que é a síndrome e quais são suas características
É uma síndrome cuja principal característica é a dor crônica (vários meses ou anos) generalizada (qualquer parte do corpo) referida em músculos, tendões e ligamentos. Também tem como sintomas: fadiga (cansaço) persistente, sono não reparador (acorda cansado), rigidez, catastrofização da dor e estresse emocional, os quais costumam piorar pela manhã e no começo da noite.
O diagnóstico não é fácil e devem ser excluídas outras causas de dores generalizadas como o hipotireoidismo, a artrite ou a polimialgia reumática, lúpus, a infecção pelo vírus Epstein-Barr, ou as hipovitaminoses.
Estresse pode ser gatilho
Este fator parece exercer um papel importante na síndrome FM. Os pacientes relatam que é um gatilho para o aparecimento dos primeiros sintomas ou do agravamento de sintomas (após estresses físicos ou emocionais de curta duração). Outros agravantes são excesso de atividade, frio, umidade e ansiedade.
Impacto no estilo de vida
Os sintomas da fibromialgia costumam causar um grande impacto na vida dos doentes. Com o tempo restringem o contato social e interferem continuamente na rotina dele/as, causando conflitos de papéis, perda de futuras oportunidades e baixa autoestima.
O tratamento interdisciplinar é fundamental. Afinal, são vários aspectos da vida do paciente que ficam prejudicadas pela síndrome. A participação de profissionais de diferentes áreas permite abranger tais aspectos e promover a reintegração biopsicossocial da pessoa.
O médico de dor e os outros membros da equipe sempre têm como objetivo terapêutico melhorar a qualidade de vida e funcionalidade do paciente. Para tanto, precisam controlar a dor e fadiga e buscar meios de melhorar a qualidade do sono e estabilizar o humor do paciente.
O tratamento é baseado em três pilares, utilizando estratégias farmacológicas e não farmacológicas:
1) ajuste medicamentoso;
2) atividade física;
3) acompanhamento psicológico;